domingo, 8 de março de 2009

De Bodó à Rua Central

De Bodó á Rua Central

Por lá todo mundo passa...
Passo eu passa você,
Que passada por passada,
No aceiro ou na calçada
Deixa o rastro e ninguém vê.

Por lá passam os nativos,
Retirantes, forasteiros,
Por lá passa a bicharada
Que passam em debandada
Em busca do seu chiqueiro.

Por lá passa a madame,
Damas, moças e mundanas,
Passam leigos e doutores
Garimpeiros, agricultores
Intelectos e doidivanas

Por lá passam os meninos,
Passam as meninas e os casais
Por lá passam os amigos
Por lá passam os rivais,
Por lá passa o compadre
Passam os fiéis, passa o padre,
E muitos já não passam mais.

Passo em compasso com pressa
Passando que nem passeia,
Com passo de quem regressa
Deixando o passo na areia.

Por lá passo, por lá fico,
Por lá passa o caçador
Passa o bebum, passa o político,
Por lá passa o professor.
Por lá passa o estudante
Passa o católico e o protestante,
O paciente e o Doutor

E por lá tudo acontece
Como um velho caso de amor
Que passa e não se esquece
De quem foi e de quem ficou.

Passo eu qual transeunte
Que já tantas vezes passou
Pois lá ninguém passa sozinho,
Por que lá é o caminho
Do bodozeiro que sou.

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Quem sou eu

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Natal, Rio Grande do Norte, Brazil
Sou um caboclo pacato De origem interiorana Nasci em terra bacana Como verdade e fato Esse é o meu jeito nato De falar do meu torrão Tenho um grande coração Que a ele está resguardado Por isso que sou chamado De Poeta do Sertão

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