quinta-feira, 14 de maio de 2009

A mulher e a ressaca

PREFIRO A MAIOR A RESSACA,
QUE A ZUADA DA MULHER


Sou farrista, e quem não é?
Disso a mulher já sabia,
Pode ser noite ou dia
Ache-me ruim quem quiser,
Escreva o que eu disser,
Que até na ponta da faca
Prefiro a maior ressaca,
Que a zoada da mulher.

Depois de tomar uns mé,
A ressaca é uma desgraça,
Seja cerveja ou cachaça,
É duro ficar de pé.
E dopado pelo Dreher,
Agarro qualquer macaca,
Prefiro a maior ressaca,
Que a zoada da mulher.

Estando em um arrasta-pé,
Não escolho o que beber,
Basta só me oferecer,
Bebo tudo que vier.
Mas haja o que houver,
Sigo curtindo a fuzarca,
Prefiro a maior ressaca,
Que a zoada da mulher.

E enquanto o tanque couber,
Meu copo não pára seco,
Vou bebendo em todo beco,
Seja lá o que Deus quiser,
Com um churrasquinho filé,
Ou uma perna de vaca
Prefiro a maior ressaca,
Que a zoada da mulher.







Bebo o leite e o café,
Mas prefiro a aguardente,
Latinha gelada ou quente
Ando a cem em marcha ré,
Mas a Patroa na pré,
É pior que uma matraca,
Prefiro a maior ressaca,
Que a zoada da mulher.

De bola entende Pelé,
De casa é minha patroa,
Não sou pedra muito boa,
Mesmo assim ela me quer.
Não for como ela disser
A conversa não emplaca
Prefiro a maior ressaca,
Que a zoada da mulher.

Se o homem de Nazaré,
Deu início a essa aventura,
Eu vou pela escritura,
E ninguém muda a minha fé.
Nem Buda nem Maomé,
Tira de mim esta marca
Prefiro a maior ressaca,
Que a zoada da mulher.

Contudo mulher querida,
Sossegues e não reclamas.
Eu te amo e tu me amas,
Com bebida ou com bebida,
Tua vida é minha vida,
E ressaca dá e passa,
É igual nuvem de fumaça,
Vamos conviver na paz.
Quem sabe uns cem anos mais
Eu, você e a cachaça.


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Natal, Rio Grande do Norte, Brazil
Sou um caboclo pacato De origem interiorana Nasci em terra bacana Como verdade e fato Esse é o meu jeito nato De falar do meu torrão Tenho um grande coração Que a ele está resguardado Por isso que sou chamado De Poeta do Sertão

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